Eu cheguei ao escritório de Nicholas às 7h30 em ponto. Não havia como me atrasar. Eu estava vestida com o uniforme de babá, mas sob o tecido sentia o calor da humilhação e o medo da noite passada. Tinha certeza de que ele me convocara para me interrogar sobre a intensidade da água no meu banho.
Ele estava sentado à sua mesa, imaculado em um terno de três peças, lendo documentos. Ele nem sequer levantou a cabeça quando eu entrei.
"Bom dia, Aurora," ele disse, a voz fria e entediada. "Sente-se. Precisamos rever o plano de estudos de Lili."
Eu me sentei, apertando minhas mãos no colo.
Ele me torturou com trinta minutos de discussão sobre a fonética de Lili e o plano de aulas de música, agindo como se fosse a pessoa mais profissional do mundo. Mas em cada pausa, eu podia sentir o peso do seu olhar, avaliando minha exaustão e minha tensão.
"Você parece ainda mais cansada do que ontem, Aurora," ele finalmente disse, sem ironia, mas com uma malícia sutil. "Estudar para essas provas tem sido.