Acordei no dia seguinte ainda zonza, como se a noite anterior tivesse deixado meu corpo todo fora de lugar. Não dormi direito. Me revirei na cama mais vezes do que a minha dignidade queria admitir — e, claro, todos os caminhos mentais levavam ao mesmo maldito nome: Leon.
Infelizmente, ainda não inventaram um botão de skip para a vida real, então lá estava eu, encarando mais um dia como estagiária da empresa em que também trabalhava o homem que já tinha me tocado como se soubesse exatamente onde todos os meus botões estavam escondidos.Me arrumei no automático, sem entusiasmo algum. Vestido preto básico — o famoso uniforme de mulher que não quer papo, mas ainda precisa fingir que tem controle da própria vida. A maquiagem foi a armadura. Rímel à prova de colapsos e batom vermelho o suficiente para ninguém desconfiar da minha alma cinza por dentro.No final, resolvi abrir o perfume que a Aya tinha me dado de aniversário. Um frasco elegante, de vidro fosco, co