Amy Summers cresceu ouvindo seu pai tocar violão e sonhando em seguir seus passos musicais. Após a morte prematura dele, Amy decide honrar sua memória e realizar o sonho que ele nunca pôde concretizar. Sob o nome artístico Aurora, ela irradia nos palcos conquistando o título de "Princesinha do Pop" em menos de um ano. No entanto, por trás da luz dos holofotes, Amy enfrenta um vazio emocional que a fama não pode preencher. Enquanto isso, Marcus Caldwell, um empresário rabugento, viúvo e pai dedicado uma adorável garotinha de cinco anos, está mergulhado em sua busca incessante por sucesso para proporcionar uma vida confortável a sua filha. O trabalho consome Marcus, deixando-o ausente e desconectado emocionalmente de Sophie, que cresce admirando Aurora apenas através das telas. Quando Sophie descobre que um evento de caridade com a presença de Aurora está ocorrendo próximo à sua casa, ela implora ao pai para levá-la ao evento, na esperança de realizar seu sonho de conhecer a inspiradora cantora que alegra seus dias. Enquanto Marcus reluta devido ao seu trabalho, ele é confrontado com a realidade de sua distância emocional de Sophie. O destino entrelaça a vida dos três, onde cada um é levado a confrontar suas próprias buscas e inseguranças. Amy questiona se a fama é o caminho para a felicidade e busca redescobrir sua paixão. Marcus se vê confrontado com as consequências de sua ausência na vida da filha. Enquanto isso, Sophie anseia por uma família completa.
Leer másAmy olhava para as nuvens através da janela minúscula do avião e se perguntava o que exatamente estava fazendo de sua vida. Era estranho pensar que dois anos atrás tinha ido para Los Angeles apenas com uma bolsa de roupa, o violão de seu pai e uma promessa feita para si mesma.
A garota havia saído de Oakland assim que fez 18 anos, sendo incentivada por seu padrasto e sua mãe. Foram longos meses treinando antes de finalmente colocar os pés em um palco, aos 19 anos. Ainda se lembrava da sensação de entrar em um palco para fazer a abertura do show de outra cantora que já estava no ramo há mais de 10 anos.
Ser ovacionada após cantar uma música antiga dessa mesma cantora, seu coração saltava como se tivesse levado um susto. Seus pelos se arrepiaram e ela finalmente percebeu que ser cantora era algo que a deixava animada.
Mas meses após lançar sua carreira, Amy se perguntava se ela gostava realmente de ser cantora, ou se aquilo era só fruto de uma promessa feita para seu pai.
Após a morte de seu pai, a química de seu cérebro havia mudado completamente. Ela ansiava por qualquer fio de esperança para manter a lembrança de seu pai o mais vívida possível. E isso custou o seu verdadeiro sonho, sonho que já nem sabia qual era, mas para ela estava tudo bem, já que o sonho de seu pai estava sendo realizado, mesmo que não estivesse sendo realizado por ele.
O que exatamente significava toda aquela fama? Aquelas pessoas a amavam verdadeiramente? Por que tinha se tornado famosa? Era por si mesma? Pelo dinheiro? Pela fama? Ou pelo sonho não realizado de seu pai? E o seu próprio sonho, onde ele ficaria? Tinha espaço para sonhar com outra coisa?
Amy suspirou profundamente e se lembrou dos momentos felizes ao lado de seu pai, das canções que ele costumava tocar para ela no violão, das risadas compartilhadas e dos sonhos que ele tinha, mas nunca teve coragem de correr atrás. Ele não queria que a filha cometesse os mesmos erros. Amy vendo a felicidade do pai nunca ousou falar sobre o seu próprio sonho, então prometera a ele que seguiria seu sonho de se tornar uma cantora, e agora, de alguma forma, esse sonho se tornara uma realidade.
“— Papai, qual é o seu sonho? — Amy perguntou enquanto colocava as frutas em cima da toalha de piquenique.
Jhon parou por alguns segundos e ficou pensativo, sua visão se tornou distante e um sorriso tomou os seus lábios.
— Um cantor. — Jhon disse finalmente olhando a filha. — Um cantor famoso. Gostaria de levar meus sentimentos em forma de música para todas as pessoas que precisam de um ombro para chorar.
Amy ficou maravilhada com as palavras de seu pai, ela tinha apenas 8 anos, mas adorava quando seu pai pegava o violão e cantava para ela.
— Papai, quando eu crescer, prometo me tornar uma cantora famosa. — Amy sorriu e o pai deu um beijo em sua testa.
— Você será uma excelente cantora. — Jhon riu cortando um pedaço do bolo que Melissa tinha preparado para eles. — E eu prometo que te darei o meu caderno com todas as minhas músicas.
— Promete mesmo? — Amy esticou seu dedo mindinho para fazerem uma promessa. — Assim posso levar os seus sentimentos para todos.
— Eu prometo, minha Aurora. — Jhon esticou o seu mindinho e selou a promessa enquanto dava uma risada. — Tenho certeza que minha Aurora será a cantora mais famosa do mundo.
— O papai cantará junto comigo? — Amy perguntou enquanto dava uma garfada em seu bolo.
— Claro, se você quiser. — Jhon cortou um pedaço de bolo para ele e sorriu. — Podemos cantar juntos em um palco para muitas pessoas, mas você precisa crescer um pouco mais.
— Será que vai demorar? — A pequena garota suspirou cansativa. — Quero poder cantar com o papai, tenho certeza que muita gente vai gostar de te ouvir.
— Vai demorar um pouquinho, mas não tem problema, temos todo tempo do mundo. — Jhon acariciou os cabelos da filha.
— Papai, por que você não virou um cantor se era o seu sonho? — Perguntou curiosa.
Jhon soltou um suspiro e encarou a filha. Aquela pergunta tinha o feito pensar no motivo para não ter se tornado um cantor. Não tinha sido falta de oportunidade, pois seus pais o apoiavam e até mesmo o levavam para fazer audições em programas famosos.
— Acho que nunca tive coragem. — Disse um pouco envergonhado. — Me faltou coragem para seguir o meu sonho, e eu me arrependo um pouco disso.
— Se o papai tivesse se tornado um cantor, teria conhecido a mamãe?
Jhon riu ao ver os grandes olhos de Amy esperançosos pela resposta.
— Claro que sim. Sua mãe é o meu destino. Nossa história foi escrita pelas estrelas, então teríamos nos conhecido em qualquer lugar, em qualquer situação. Mesmo se eu tivesse me tornado um cantor, ainda teria me casado com sua mãe.
— O destino realmente existe, papai? — Perguntou maravilhada.
— Existe, e ele trará a pessoa que você ama quando menos espera. Uma pessoa que fará você se perguntar por onde ela esteve durante todo aquele tempo. — Jhon sorriu novamente vendo os olhos da filha brilharem cada vez mais. — Você precisa achar uma pessoa que a trate como a joia mais rara desse mundo, alguém que tenha olhos apenas para você, que não a machucará em nenhuma hipótese e que a amará com todo o seu coração.
— A mamãe é sua joia rara?
— Ela e você são as joias mais raras na minha vida. Sem a sua mãe, eu nunca teria uma joia tão perfeita como você. — Jhon apertou suavemente a bochecha da filha. — Mas espero que demore um pouco para você encontrar o seu destino.
— Por que papai? — Perguntou confusa enquanto o pai ria levemente.
— Porque quando você achar, você não será apenas a minha joia, mas a do seu companheiro também, e isso significa que ele será a sua joia também. — Jhon disse franzindo o cenho enquanto tentava parecer bravo. — E isso também significa que você irá embora com ele.
— Eu nunca deixarei o meu papai e minha mamãe. — Amy riu abraçando o pai.
— Espero que demore muito. — Jhon riu abraçando a filha. — Quero aproveitar cada segundo com a minha princesa, e não vou deixar nenhum malandro levá-la sem minha permissão.”
O hospital parecia viver em um tempo diferente.Enquanto o mundo lá fora girava, dentro das paredes claras do quarto de maternidade, o tempo oscilava entre contrações e pausas carregadas de expectativa. Havia o som ritmado dos monitores, a voz suave da equipe médica, e o som abafado da chuva fina batendo nas janelas — como se o céu também estivesse em compasso de espera.Amy apertava forte a mão de Marcus, tentando manter o foco enquanto a dor vinha em ondas, cortando sua concentração como faca em seda. Mas, mesmo entre as contrações, ela se mantinha serena. O cansaço pesava sobre seus ombros, o corpo exausto pedia repouso, mas o coração batia com força — pulsando com o mesmo ritmo da nova vida prestes a nascer.— Você está indo muito bem, amor — sussurrava Marcus, a testa colada à dela. — Estou aqui. Eu juro que estou aqui.— Eu sei — ela respondeu entre uma respiração ofegante e outra. — Só… fica comigo.— Sempre.Os olhos dele estavam vermelhos, como se segurasse o choro há horas,
Agora a casa da nova Senhora Caldwell estava lotada com fotos do casamento, aniversário de Sophie, algumas fotos de Amy grávida e fotos da família. A noite caiu tranquila, e Amy, apesar do cansaço por conta do peso da barriga de quase nove meses, insistiu em fazer o jantar. Queria uma noite comum — uma noite em família, sem ensaios, sem flashes, sem gravadores por perto. Só eles. Só amor. Estava cansada dos paparazzis os parando nas ruas perguntando sobre o casamento, a gravidez, a relação com Sophie agora que vinha um novo integrante para a família.Na cozinha, Amy picava tomates em fatias finas enquanto Grace, a governanta que acompanhava Marcus desde os tempos de Rose, remexia uma panela de sopa com movimentos cuidadosos e precisos.— Nunca pensei que veria o dia em que o senhor Marcus estaria casado de novo — disse Grace, com aquele tom de quem já viu muito na vida. — E com uma moça tão doce quanto você. Acho que não existia ninguém melhor.Amy sorriu, agradecida. Ela adorava Grac
O sol se despedia com suavidade quando os primeiros convidados chegaram à chácara escondida entre colinas verdes e árvores antigas, cercada por um pequeno lago que refletia os tons dourados do fim da tarde. A cerimônia de Amy e Marcus seria íntima, longe de flashes, câmeras ou sussurros da mídia. Só havia espaço para o amor e as pessoas que verdadeiramente importavam.Os Caldwell e os Summers estavam reunidos — com Charlotte controlando as lágrimas antes mesmo da cerimônia começar, e Benjamin organizando os últimos detalhes da mesa com flores brancas e lavandas, escolhidas a dedo por Sophie. Melissa conversava animadamente com Zoe, que estava deslumbrante num vestido azul suave, enquanto Charles, em seu terno bem alinhado, andava de um lado para o outro, testando mil vezes o percurso que faria ao lado de Amy.Ethan, é claro, estava quase histérico com a beleza do local, mas contido. Dessa vez, não como empresário, mas como amigo. Ao seu lado, estava Einar — o islandês de sorriso tímid
As semanas que se seguiram após a premiação foram um sopro de paz na vida de Amy. A intensidade do anúncio da gravidez, o pedido de casamento, o prêmio consagrado… tudo parecia um sonho que, aos poucos, ia ganhando forma concreta, preenchendo os espaços antes vazios da vida dela com uma nova rotina repleta de amor, esperança e renovação.A mansão, antes silenciosa em muitos momentos, agora vibrava com vida. Pela manhã, o som do riso de Sophie ecoava pelos corredores, seguido pelo aroma delicioso do café da manhã que Charles preparava com dedicação quase cerimonial. O homem, sempre de avental e com um sorriso nos lábios, assumira com alegria o papel de cuidador e chef da família. Ele dizia que era sua forma de participar, de cuidar da filha e do neto que viria — um neto que, mesmo ainda invisível ao mundo, já transformava completamente a dinâmica da casa.Melissa, por sua vez, não passava um único dia sem aparecer por lá. Levava frutas frescas, revistas de noiva, histórias sobre gravid
Amy respirou fundo diante do microfone. A plateia silenciada esperava por suas palavras, mas ela ainda sentia o coração disparado, as mãos trêmulas e os olhos marejados.— Eu… — ela começou, e a voz saiu baixa, quase como um sussurro. — Eu estou extremamente honrada de ganhar este prêmio. Isso… isso não é só uma estatueta. Isso não é apenas um reconhecimento. Isso é um marco. Um símbolo de algo muito maior.Ela fez uma pausa, buscando forças dentro de si.— Durante anos, eu desejei poder olhar para o céu e dizer ao meu pai, John, que a gente conseguiu. Que tudo valeu a pena. Que todas as noites chorando no meu quarto, todas às vezes que pensei em desistir, me trouxeram até aqui. E agora eu posso dizer: conseguimos, pai.A plateia reagiu com um “awww” coletivo, e Amy levou a mão ao peito, segurando o prêmio com firmeza.— Quero agradecer a todos que caminharam comigo até aqui. À minha mãe, Melissa, por ter me ensinado a ser resiliente. Ao meu padrasto, Charles — ela sorriu emocionada —
A noite da premiação enfim chegou.O clima na suíte do hotel cinco estrelas era de correria e emoção, mas Amy permanecia quieta em meio ao caos. Sentada diante do espelho, ela passava a mão pela barriga em gestos delicados e repetitivos, como se tentasse transmitir segurança ao pequeno ser que carregava. A equipe ao redor, formada por maquiadores, cabeleireiros e etilistas, atribuía aquele comportamento à ansiedade pela premiação — afinal, Amy Summers era a favorita da noite.— Está tudo bem, Amy? — perguntou Layla, a maquiadora, enquanto finalizava os olhos da cantora com sombras em tons de vinho e dourado, com um delineado gatinho preciso que realçava seus olhos expressivos.— Está sim… só tentando manter a calma — ela respondeu, com um sorriso tímido. O batom, um tom profundo de vinho, completava o visual com sofisticação.Seu cabelo foi finalizado com ondas largas e soltas, mas no topo, uma delicada trança embutida formava uma espécie de coroa, adornada com pequenos cristais discr
Último capítulo