O hospital parecia viver em um tempo diferente.
Enquanto o mundo lá fora girava, dentro das paredes claras do quarto de maternidade, o tempo oscilava entre contrações e pausas carregadas de expectativa. Havia o som ritmado dos monitores, a voz suave da equipe médica, e o som abafado da chuva fina batendo nas janelas — como se o céu também estivesse em compasso de espera.
Amy apertava forte a mão de Marcus, tentando manter o foco enquanto a dor vinha em ondas, cortando sua concentração como faca em seda. Mas, mesmo entre as contrações, ela se mantinha serena. O cansaço pesava sobre seus ombros, o corpo exausto pedia repouso, mas o coração batia com força — pulsando com o mesmo ritmo da nova vida prestes a nascer.
— Você está indo muito bem, amor — sussurrava Marcus, a testa colada à dela. — Estou aqui. Eu juro que estou aqui.
— Eu sei — ela respondeu entre uma respiração ofegante e outra. — Só… fica comigo.
— Sempre.
Os olhos dele estavam vermelhos, como se segurasse o choro há horas,