O CEO e sua vingança impossível
O CEO e sua vingança impossível
Por: Bia santos
Capítulo 1: O Reencontro

A imponente torre da Montenegro Capital perfurava o céu de São Paulo como uma agulha de aço e vidro. Para a maioria das pessoas, era um símbolo de poder e sucesso. Para Isabela Figueiredo, era um monumento à traição. Ela ajustou o blazer preto sobre os ombros, sentindo o tecido rígido como uma armadura. Por baixo daquela fachada impecável, seu coração batia com uma mistura de ansiedade e uma fria e calculada satisfação. Anos de planejamento, noites em claro estudando e cada sacrifício, tudo a tinha levado àquele momento.

"Isabela Figueiredo, Auditora Júnior." Ela repetiu a frase para si mesma, como um mantra, enquanto a recepcionista com um sorriso forçado a guiava para o elevador. A identidade era nova, a história de vida era um disfarce meticuloso, mas a determinação era cem por cento dela. Seu nome real não era Isabela Figueiredo. Era o nome que ela precisava para fazer o seu trabalho, para se vingar do homem que havia destruído sua família.

O elevador subiu, e a cada andar, a vista da cidade se expandia. Isabela se lembrou de uma vista parecida, de uma janela muito diferente. A janela de seu pequeno quarto de infância, onde ela e Lucas passavam horas, desenhando e sonhando. Naquela época, o mundo era simples. Seus problemas não existiam, e a amizade dos dois era a única coisa que importava. A lembrança foi um golpe. Ela fechou os olhos, a visão daquele dia terrível como um filme em sua mente.

A sirene da polícia, as luzes piscando em seu rosto, as algemas na mão de seu pai, Eduardo. A voz da vizinha ecoando na rua, "Ladrão! Bandido!". A mãe, Letícia, caída no chão, com um grito preso na garganta. Tudo por causa de um segredo sujo da família Montenegro. Isabela tinha 15 anos quando a vida que conhecia foi estilhaçada. Sua família perdeu tudo. A casa, o carro, a dignidade. O nome Figueiredo se tornou sinônimo de vergonha. Seu pai morreu na prisão, com uma doença que ninguém podia pagar para curar. A mãe nunca se recuperou. Aquele dia, sob a chuva, ela fez a promessa que a consumiu por anos: "Eles vão pagar. Um por um."

A porta do elevador se abriu com um “ding”. Isabela piscou, voltando ao presente. O andar era um mar de vidro e aço, com pessoas de ternos elegantes se movendo rapidamente. Uma parede inteira exibia o logo da Montenegro Capital, imponente e dourado. Uma pontada de náusea a atingiu. Respirou fundo, controlando a emoção. Não havia espaço para sentimentos ali. Ali, ela era apenas a Auditora Júnior, com a missão de fazer Lucas Montenegro pagar.

Caminhando em direção à sua mesa, ela sentiu a atenção de todos nela, a nova garota. Ela passou a mão pelos cabelos escuros, que cortou há um ano para esconder sua antiga imagem. Era uma nova Isabela, sem laços com o passado. Ninguém a reconheceria.

A não ser que ele estivesse por perto.

O som de saltos batendo no chão de mármore se intensificou, anunciando a chegada de alguém importante. Uma voz grave, familiar, fez seu corpo inteiro se arrepiar. Ela congelou no meio do caminho. Era Lucas. Ele falava ao telefone, seu terno cinza sob medida, perfeitamente alinhado, e o cabelo escuro um pouco mais longo do que ela se lembrava. Seus olhos, de um castanho intenso, estavam focados na tela do celular.

"Sim, precisamos de uma reunião agora. Sem atrasos." Sua voz era a mesma. A arrogância se tornara mais sofisticada, mas o tom de superioridade estava lá. Ele passou por ela, sem nem sequer notar a presença dela. Isabela o seguiu com os olhos, seu coração batendo mais forte. O melhor amigo de sua infância, que ela amava como a um irmão, era agora um estranho. Um estranho que ela odiava e desejava destruir.

Ela o odiava por não ter feito nada, por ter ficado em silêncio quando seu pai foi levado. Odiou a ele e a sua família por ter tirado tudo dela.

Lucas parou, e virou-se. Seus olhos se encontraram. Isabela, por um segundo, achou que ele a reconheceria. Mas o olhar dele foi apenas de curiosidade, analisando-a como uma nova funcionária. Havia uma faísca de algo, uma estranha familiaridade que ela não podia definir. Ele quebrou o silêncio.

"Você é a nova estagiária?" Ele perguntou, o tom de voz profissional, sem qualquer sinal de reconhecimento.

"Não, senhor. Eu sou a nova Auditora Júnior," Isabela respondeu, sua voz firme, embora as mãos tremessem. "Isabela Figueiredo."

O sobrenome a fez engasgar. Ele não reagiu.

"Certo. Bem-vinda à Montenegro Capital, Sra. Figueiredo," ele disse, com um sorriso curto, um sorriso que parecia ter a mesma falsidade de sua recepcionista.

Isabela sentiu uma raiva crescente. Ele a tratava como um número, sem saber que por trás de seu novo nome, estava a mulher que o faria se arrepender de cada decisão que ele e sua família já tomaram.

"Obrigada, Sr. Montenegro," ela respondeu, com a voz tão fria quanto o olhar que lhe lançou.

Lucas franziu a testa. O ar em torno deles se tornou eletrizante. Ele não a reconheceu, mas sentiu que algo estava errado. Ele não sabia o que, mas era como se o passado estivesse ali, bem na frente dele, e ele não conseguia colocar o dedo sobre o que era.

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