A chuva começa fina, quase tímida, como se pedisse licença ao cair sobre o para-brisa do carro de Marta. O vidro embaçado reflete seu rosto ainda marcado pelas lágrimas, e, ao lado, Jonathan acompanha tudo do carro dele, como uma sombra silenciosa. Eles saem da igreja, mas levam consigo algo que não se dissolve com as bênçãos do padre: a ferida aberta da saudade, da incerteza… e o eco de uma oração que ainda pulsa no peito dos dois.
Marta não diz para onde vai, e Jonathan não pergunta. Apenas segue atrás, como se soubesse que aquele trajeto não era mais só dela. Era deles. Em silêncio, ela dirige pelas estradas até estacionar em frente a um restaurante afastado, rústico, à beira de um lago escondido pelo verde. A fachada é simples, charmosa, com luzes amareladas e flores nos parapeitos. Ele entende de imediato: ela precisa de paz. E ele está ali para ser isso pra ela, nem que seja por uma noite.
— Você quer mesmo entrar? — pergunta ele, ao descer do carro, o olhar gentil.
Marta assent