O amor pode embalar o corpo, mas é o instinto que inquieta a alma. E quando o coração começa a farejar a verdade, nenhuma rotina é capaz de segurá-lo.
O sol ainda mal se ergueu quando Jonathan abre os olhos, o peito batendo num compasso acelerado, como se tivesse sonhado com algo que não consegue lembrar, mas sabe que precisa encontrar. Marta, ao seu lado, desperta com um leve suspiro e troca com ele um olhar silencioso, cúmplice, como se já soubesse, aquele dia não será comum.
Descem juntos, os passos ainda lentos do corpo que desperta, mas a mente de Jonathan já corre. Na cozinha, a mesa está posta com cuidado. Catia e Cici capricharam nos detalhes, pão fresquinho, frutas, café quente e até o suco de laranja espremido na hora, do jeitinho que Marta gosta.
Afonso já está sentado, lendo o jornal no tablet, enquanto Lua ainda dorme no colo de Isadora, que acabou de chegar e a reivindica como se fosse uma extensão de si mesma.
— Vou ficar com ela um pouco, diz Isadora, pegando a bebê