3 Meses depois
A dor não grita, ela rasga. Silenciosa, impiedosa, ela atravessa Marta como um punhal sem cabo. Faz quase um ano desde o desaparecimento de Jeff, e cada dia que nasce sem resposta é mais um prego cravado no coração de uma mãe que não chegou sequer a ver o rosto do filho. Todos procuraram. A polícia, os detetives particulares, os aliados políticos, os amigos mais próximos... até Ravi mergulhou de cabeça na busca. E mesmo assim, o silêncio permanece. Gritante. Atroz.
— Fica com a Lua, Isadora. Eu preciso ir sozinha, diz Marta, com a voz firme, mas os olhos trincados pela angústia.
— Marta, por favor... Isadora tenta, mas não há espaço. A mulher diante dela já decidiu.
Marta entrega Lua aos braços de Isadora como quem entrega o coração embrulhado numa caixa. Isadora tenta conter a preocupação, mas obedece. Assim que Marta sai dirigindo o blindado preto da mansão, a ruiva liga imediatamente para Jonathan.
— Ela saiu. Disse que precisava estar sozinha. Me deixou com a bebê