A chave gira na fechadura com um estalo e a porta da casa de Eduardo se abre lentamente, deixando entrar a luz suave do início da noite. Ele entra, carrega a mochila nos ombros, mas já deixa o peso cair no chão da sala junto com o cansaço que trouxe do dia de trabalho. Um silêncio confortável o acolhe, seguido pelo aroma de comida caseira que escapa da cozinha.
— Demorou, hein? — a voz de Mariana ecoa com bom humor, vindo da cozinha.
— Quase achei que ia ter que jantar sozinha.
Eduardo sorri ao ouvir a irmã. Aquela voz sempre o trouxe uma sensação de lar, mesmo nos dias em que tudo parecia ruir.
— Tive que parar no mercado para pegar um vinho. Achei que a ocasião merecia — diz, entrando na cozinha e erguendo a garrafa.
— E, olha… amanhã a gente viaja.
Mariana se vira, os olhos castanhos se acendendo num brilho animado. Está com um avental, mexendo uma travessa que exala um cheiro maravilhoso.
— Sério? Achei que ia rolar mais uns dias de indecisão…
— Já decidi. Chega. Amanhã cedo a g