Jonathan caminhava pelo corredor da UTI, o coração ainda apertado após deixar Marta, quando, ao virar-se, viu Eduardo aproximando-se lentamente. O olhar dos dois se encontrou, e naquele breve instante, muito foi dito sem palavras.
Jonathan respirou fundo, os ombros pesados de uma angústia mal contida.
— Ainda… ainda não contei sobre o Jeff — confessou, num sussurro rouco, quase como quem teme o próprio som das palavras.
Eduardo apenas assentiu, com um movimento discreto de cabeça. Seu semblante estava austero, mas os olhos, sempre tão expressivos, revelavam a mesma preocupação silenciosa que compartilhava com todos naquele momento. Ele não precisava dizer nada; a dor, o medo e a responsabilidade eram evidentes entre eles, como um fio invisível, tenso, que os ligava.
Sem mais delongas, Eduardo caminhou até o lavatório. Seus movimentos eram metódicos, quase cerimoniais: abriu a torneira, esfregou as mãos vigorosamente com sabão antisséptico, enxaguou até não restar resquício algum, seco