— Isso só pode ser piada! — Eduardo resmunga, cruzando os braços no batente da porta da cozinha.
— A minha irmã mal chegou e o Miguel já grudou nela feito um carrapato!
Mariana ergue uma sobrancelha, sentada à mesa, mexendo distraidamente o suco no copo.
— Você fala como se eu tivesse doze anos, Dudu.
— Para mim, tem. E sempre vai ter — ele rebate, o tom mais protetor do que bravo.
Darlene, que ajeita os talheres no prato, vira-se de leve e lança um olhar certeiro para ele.
— Qual o problema dele, Eduardo? — pergunta, com aquele tom calmo que só quem já venceu muita tempestade consegue usar.
— Miguel é um rapaz educado, trabalhador, de boa família. E Mariana é adulta. Formada. Capaz. Por acaso você acha que ela precisa de permissão para sentir?
Eduardo engasga com a própria irritação e tenta argumentar, mas Mariana se antecipa, levantando-se com postura firme e olhos decididos.
— Irmão, olha para mim. Até hoje, eu vivi para estudar. Me formei, fiz residência, ralei… enquanto você e