O sol entra em filetes tímidos pelas janelas do hospital, atravessando os vidros manchados pela chuva da noite anterior. A luz se espalha em fragmentos irregulares pelo chão frio, iluminando o corredor pálido com uma beleza silenciosa que contrasta com a tensão no ar. É dia, mas dentro do hospital parece não haver tempo. Só urgência.
Técnicos se movem rapidamente pelos corredores, com ferramentas nas mãos e fones nos ouvidos, tentando reestabelecer os sistemas danificados pela tempestade. Os elevadores ainda falham intermitentemente, as câmeras de segurança permanecem desligadas. O hospital funciona no limite. A cidade inteira tenta se levantar após o caos climático, e entre paredes brancas e bipes constantes, a UTI neonatal vive seus próprios abismos.
Na ala dos recém nascidos, o som das máquinas monitora batimentos e oxigenação de vidas que mal começaram. A atmosfera, embora tensa, mantém uma rotina quase cerimonial, enfermeiras ajustam sondas, neonatologistas analisam exames, técni