O inferno não começa com fogo. Começa com torta de limão.
Cici se levanta com a elegância de uma anfitriã experiente, caminha elegantemente até a cozinha e volta com a sobremesa. Coloca o prato na mesa com um sorriso maternal, como quem sabe que aquele gesto vai selar a paz entre as gerações. Mas mal sabe ela que aquele doce suave vai dar início à maior tragédia da tarde, a rebelião feminina.
— Está maravilhoso, Cici! Elogia Jessica, provando a primeira colherada.
— Isso aqui cura qualquer coisa!
A mesa se dissolve em risadas e elogios, o clima leve e familiar. Lua é revezada entre os colos com risadinhas contagiantes, e até o Don David parece levemente mais relaxado... até que Lizandra comenta:
— Islanne, que bolsa linda é essa? É nova?
Islanne sorri com a boca ainda suja de torta e levanta a bolsa como quem exibe uma arma secreta:
— Acabou de chegar de Milão. Presente meu para mim mesma. Amei, não é linda?
Marta se inclina para ver melhor.
— Olha esse acabamento. Perfeição. E combi