A noite não chega. Ela se impõe.
Não cai como um manto. Ela invade, se infiltra, rasteja por baixo das portas como fumaça densa, carregando um peso que não pertence ao tempo, mas à história que se desenrola naquela casa marcada por perda, angústia e agora… por um novo tipo de poder. O ar da mansão Schneider não é mais o mesmo. Há eletricidade nele. Uma energia vibrante, quase palpável, que percorre os corredores como um sussurro prestes a virar grito. Algo mudou. Algo grande está prestes a acontecer.
David Lambertini está ali. Não como hóspede, não como aliado. Mas como o Don.
Ele não pede licença, não agradece, não sorri à toa. Ele toma o espaço, domina o ambiente com a naturalidade de quem nasceu para o comando. Seu olhar é uma sentença. Sua voz, uma execução em câmera lenta. Ao lado dele, Lizandra é o contraponto perfeito, delicada, observadora, bela demais para ser subestimada. Mas ali, naquela mansão, ninguém mais se ilude. A doçura dela é uma lâmina fina, corta sem fazer barulho