A noite cai silenciosa sobre o sítio, mas nem por isso o trabalho cessa. Dentro dos galpões de frango de corte, a luz artificial mantém o ciclo controlado, o ambiente segue rigorosamente climatizado, e cada ave recebe alimento e água em dosagens precisas. Tudo funciona como engrenagens de um relógio caro — bem ajustadas, sincronizadas, eficientes.
Marta observa tudo de dentro da sala de controle, usando seu macacão branco, botas higienizadas e touca. Máscara no rosto, como todos ali, segue o protocolo sanitário sem falhas. Os galpões possuem tapetes sanitizantes nas entradas, e ninguém entra ou sai sem cumprir todas as etapas de higienização. Um erro pode custar caro, e ela sabe disso.
Miguel entra na sala, também paramentado, segurando uma prancheta com os dados do dia.
— Tudo sob controle. As sondas confirmaram que a umidade do galpão três estabilizou, e o lote está com ganho de peso dentro da meta.
— Ótimo. — Marta sorri, tirando os olhos do monitor e voltando-se para o irmão. — E