A caminhonete corta a escuridão como uma flecha em brasa, levantando poeira na estrada da fazenda. Eduardo mantém as mãos firmes no volante, o olhar fixo, mas a mente está longe dali, está no submundo imundo da conversa que teve horas atrás, nas mãos sujas que oferecem bebês como produtos de prateleira. E, ao seu lado, Darlene. Inocente. Quente. Perigosa. E ele, com a maldita sensação de que está jogando com fogo.
— Tô faminta. — Darlene anuncia ao entrar na cozinha, já abrindo a geladeira com pressa. — Suco pronto... sanduíche, já!
— Eu que lute para acompanhar esse ritmo. — Eduardo provoca, apoiado no batente da porta, observando as pernas dela bem torneadas.
— Vai se acostumando. — ela pisca, colocando os ingredientes na bancada.
Comem juntos, entre provocações e risadas. Mas a tensão no ar é mais densa que o calor abafado da noite. Os olhares se alongam. Os silêncios dizem mais que as palavras. E Eduardo já sabe: se ela provocar, hoje... vai ter o que quer.
No quarto, Darlene desa