O som abafado da música reverbera pelo chão, misturando-se ao brilho das luzes neon. Jonathan aperta o copo de whisky entre os dedos, girando o líquido âmbar enquanto observa Ravi, na sala privada. A boate Lust, sempre repleta de figuras poderosas e mulheres irresistíveis, deveria distraí-lo, mas naquela noite, nada parece satisfazê-lo. O peso do desejo reprimido queima, e ele sabe exatamente o motivo. A moça ingênua que habita a sua casa e anda povoando os seus pensamentos a todo momento.
— Tá calado demais, cara — Ravi franze o cenho, servindo-se de mais uma dose.
— Qual é o problema?
— Esqueci que viajo amanhã. Vou sem avisar para a filial do Nordeste. O governo local quer suborno e eu vou dar um jeito nisso pessoalmente.
Ravi solta uma risada irônica.
— Você e essa sua mania de carregar o mundo nas costas. Mas sei que tem algo mais. Qual é? Mulher?
Jonathan se recosta no sofá de couro e logo muda o assunto.
— Contratei uma governanta. Está na mansão. Se você aparecer por lá, não