Nada prepara a delegacia para o momento em que Jonathan Schneider atravessa suas portas. Ele não tem pressa, não se altera. O andar é firme, o olhar, ainda mais. Não há necessidade de levantar a voz, o silêncio que carrega é mais eloquente do que qualquer grito.
Ao seu lado, Eduardo caminha com a tensão marcada nos ombros, enquanto Miguel permanece um passo atrás, inquieto, tentando absorver a atmosfera que se forma ao redor deles. Todos na delegacia sentem, mesmo sem entender: alguma coisa muda a partir daquele instante.
Mas antes, do lado de fora, há a despedida.
Islanne encara os três com um olhar longo, demorado, como quem quer imprimir na memória cada feição, cada traço. Quando para diante de Jonathan, não diz palavra alguma de imediato. Apenas o envolve num abraço apertado, firme, um abraço que carrega anos de cumplicidade, de lutas silenciosas e de vitórias conquistadas com sangue e inteligência.
Jonathan fecha os olhos por um breve segundo. O mundo poderia ruir ali mesmo, mas