O som rouco e intermitente do ar condicionado antigo luta inutilmente contra o calor abafado da sala. A porta mal se fecha após a saída de Jonathan Schneider e seus homens, e o silêncio se instala como uma cortina pesada. Por um instante, ninguém fala. O delegado Celso respira fundo, como quem tenta reorganizar os pensamentos que o olhar de Jonathan acabou de desmontar.
Ele se arrasta até a cadeira, joga o corpo para trás e encara os três agentes do Serviço de Investigação que ainda permanecem de pé, imóveis, como soldados à espera de uma ordem. Seus rostos estão marcados não apenas pelo cansaço das últimas semanas, mas agora também pela pressão palpável que Jonathan trouxe consigo.
— Senta aí, todo mundo. Agora — ordena Celso, a voz baixa, seca, mas firme como aço.
Os três se acomodam ao redor da mesa. Nenhum ousa sequer soltar um comentário fora de hora.
O agente Valadares quebra o silêncio primeiro. Passa a mão pela barba rala, balança a cabeça e, com um tom carregado, começa:
— Ch