Se alguém ainda ousasse acreditar que mafiosos não dominam tecnologia, bastaria cruzar o saguão silencioso da ala leste da mansão Schneider e encarar a porta trancada da antiga sala de jogos. Ali, onde antes ecoavam gargalhadas sobre mesas de pôquer e sinuca, onde o uísque circulava entre apostas e derrotas, o espaço agora pulsa com uma vibração diferente algo entre o apocalipse digital e uma operação militar clandestina.
As luzes estão apagadas, mas os monitores acesos são como olhos luminosos, atentos, quase vivos, escaneando tudo ao redor. Cabos e dispositivos se espalham como serpentes metálicas por cada canto da sala. Nada ali lembra o lazer. É guerra. É vigilância. É rastreamento. A própria estrutura parece ter se rendido a um novo propósito: caçar fantasmas vivos e apagá-los.
Sentados lado a lado, dois hackers loiros de olhos azuis, Ravi e Derick, operam como se seus cérebros estivessem interligados por ondas invisíveis. Eles não precisam falar muito, os códigos falam por eles