Se há algo mais perigoso do que um inimigo armado, é um Don com ciúmes e tempo livre. E Don David Lambertini está, naquele momento, em combustão interna.
Ele circula a sala de guerra como um tigre preso em jaula, terno impecável, mas a mente em ebulição. Ravi e Derick estão concentrados, teclando como dois gênios loiros invocados, e tudo corre bem. Bem demais. Só que Lizandra… sumiu.
E o problema não é exatamente o sumiço.
É o silêncio.
David está de pé, braços cruzados, olhando o monitor de segurança sem realmente enxergar. Os olhos azuis faiscam com aquela inquietação tipicamente masculina de quem pensa que a mulher foi comprar pão, mas no fundo acredita que ela pode ter fugido para Paris com um diplomata turco.
Ele pigarreia, sem motivo. Coça o queixo, sem coceira. E então, como quem está apenas “checando algo trivial”, desliza o olhar até o canto da mesa onde o celular dele repousa, conectado ao sistema interno.
— Só por precaução, murmura para si mesmo, como se precisasse se just