O tempo parece parar quando a esperança está por um fio. E para Jonathan Schneider, cada segundo dentro da Delegacia da Criança se arrasta como uma tortura silenciosa, fria e impiedosa. O ar é pesado, não apenas pela burocracia sufocante do sistema, mas pela incerteza que morde a alma com dentes invisíveis. O tic tac do relógio de parede soa mais alto que qualquer sirene do lado de fora, não há pressa para a dor, nem alívio para quem teme a resposta.
Na sala de paredes neutras e móveis funcionais, Jonathan senta à beira da cadeira como quem tenta conter um vulcão interno, os olhos fixos na porta, esperando que alguém entre e diga que tudo aquilo é um engano, que o filho perdido foi enfim encontrado. Mas o que chega é o delegado titular Dr. Vinícius Rocha, seguido pelo delegado geral Maurício Amaral, homens experientes, cujas feições sérias não deixam margem para esperanças infundadas.
Vinícius ajusta os óculos com precisão metódica, como se cada movimento pudesse suavizar o peso do qu