Guilherme
A sala de segurança era um santuário de sombras e monitores. Luzes de led azuladas traçaram linhas frias nas paredes de concreto, refletindo-se nos meus olhos como o prenúncio de um abismo. Ao meu redor, câmeras capturavam cada segundo da boate — dos corredores subterrâneos até os camarotes mais reservados. E em todas elas, eu via o mesmo retrato de vulnerabilidade: Fernanda, mais bela e evasiva do que nunca.
Soltei um suspiro baixo, percorrendo de novo as imagens gravadas nos últimos dias. Zoom nos corredores, replay do instante exato em que ela falava com Miriam. Slow‑motion do momento em que recebia uma mensagem e deixava o celular cair quase que sem querer. Cada gesto dela parecia um sinal de adeus secreto, e eu me perguntava quantas vezes ela já tinha escapado dos meus olhos sem que eu sequer notasse.
Percorri a pasta de provas sobre Anya Volkov — relatórios, fotos, transcrições de escutas. Cada linha mostrava a extensão do horror: mulheres que chegavam pelo glamour e d