**Narrado por Clara**
O despertador soou às 4h45 com a mesma suavidade de um tijolo caindo. Acordei no primeiro bip meu corpo, treinado para a resistência, não permite cochilos quando está em estado de alerta. Permaneci deitada durante três respirações completas, aquela técnica 4–4–6 que me ajuda a recuperar a calma (inspiro por quatro tempos, retenho o ar por quatro e solto em seis). Primeiro, acalmo meu peito, depois o resto do corpo.
Levantei-me com cautela. Um banho morno, nunca quente, pois aprecio a água caindo como uma chuva delicada. Lavei meu corpo com sabonete sem fragrância, fazendo movimentos leves e suaves, e sequei-me com a toalha com batidinhas gentis a pele não é um chão de cozinha. Após sair do box, conferi meu reflexo no espelho: áreas calmas, duas gazes trocadas nos braços e ombro, cobertas por fita hipoalergênica. A pomada foi aplicada em uma camada fina, sem exageros. Uma batalha silenciosa ganha através de pequenos cuidados.
No quarto, deixei a roupa exposta so