Sentei-me na poltrona, adotando uma postura que evocava a dignidade de um auditório: as costas firmemente apoiadas no encosto, os pés bem plantados no chão e a bolsa posicionada ao meu alcance. Meu celular estava em modo “Não Perturbe”, com a vibração desativada afinal, hoje em dia, a vibração se tornou o novo ruído que pode atrapalhar a concentração. Sem que ninguém notasse, cronometrei: 6h56. Sempre valorizei esse precioso minuto que antecede o início das atividades é um momento que é exclusivamente meu.
Realizei uma verificação cuidadosa de como estava vestida: a manga da camisa ajustada na medida certa, o blazer impecável, sem uma única linha puxada, e a etiqueta já cortada desde o dia anterior. A gaze de contenção estava intacta sob a roupa, como um segredo bem guardado. Senti um leve incômodo no braço, um sinal de ardor, mas preferi ignorá-lo; respirei fundo, buscando restabelecer meu foco. Se a dor quisesse chamar atenção, eu simplesmente apagaria as luzes internas da minha m