Priscila Narrando
Acordar foi como emergir de um pesadelo. Tudo doía. As luzes eram fortes demais, os cheiros eram estranhos… e minha cabeça parecia estar presa num nevoeiro. Mas, mesmo assim, a primeira coisa que procurei foi ele.
— Everton… — sussurrei, quase sem voz.
Senti um calor na minha mão. Meus olhos se ajustaram, e lá estava ele. Dormindo com a cabeça encostada na lateral da minha cama, segurando minha mão como se fosse a âncora dele.
Ele parecia tão exausto… tão ferido quanto eu.
Fiquei olhando pra ele por alguns segundos, tentando lembrar. E aí veio o impacto. A rua. O carro. A dor. E o rosto da Sophie, cheio de ódio. Meu coração disparou. Tentei me mexer, mas um gemido escapou da minha garganta. Everton acordou na mesma hora, assustado, e quando me viu acordada, os olhos dele se encheram de lágrimas.
— Pri… meu Deus… você acordou. — Ele levantou rápido, me olhando como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. — Amor, eu tô aqui, tá? Tá tudo bem agora. Tá tudo bem…
Eu