Luiz Fernando Narrando
Eu tava encostado no sofá, olhando pro nada, quando o celular vibrou. Era uma mensagem da Sophie. Ela queria se encontrar de novo, planejar os próximos passos. Confesso que a princípio achei exagero tudo isso, mas quanto mais eu via o Everton entrando na minha vida, se aproximando do meu filho... mais eu sentia o sangue ferver.
Eu sou o pai do Luizinho. Eu construí uma história com a Priscila, e mesmo que a gente tenha se perdido no caminho, não aceito ver outro ocupando o lugar que foi meu por tanto tempo. Sophie tem os motivos dela, e eu tenho os meus.
Peguei a chave do carro e saí. A noite ainda tava começando, e alguma coisa me dizia que ela não ia terminar tranquila.
Encontrei a Sophie num barzinho meio escondido, do tipo que ninguém presta muita atenção em quem entra ou sai. Ela tava sentada numa mesa no canto, com uma taça de vinho na mão e aquele olhar dela — intenso, calculado, quase perigoso. Me aproximei sem muita pressa e sentei de frente pra ela.
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