O sol começava a se despedir no horizonte, tingindo o céu com tons de âmbar e púrpura, quando Clarice acordou no quarto de Leonardo. O ar estava denso, impregnado com o cheiro dele — um misto de tabaco, madeira e um toque de perfume amadeirado que parecia pertencer a ele, como uma extensão da pele. O silêncio entre eles era confortável, quase elétrico, uma linguagem sem palavras que se instalava entre toques e olhares.
Leonardo estava encostado na cabeceira, a expressão serena, os olhos fixos nela com aquela intensidade que a fazia esquecer o mundo lá fora.
— Você ainda está tremendo — disse ele, a voz baixa, quase um segredo.
Clarice fechou os olhos e respirou fundo, tentando controlar o fogo que ainda queimava por dentro.
— Não é frio — sussurrou. — É você.
Ele sorriu, um sorriso lento, cheio de promessa.
— Ainda estamos longe do fim da noite — avisou, deslizando o corpo até ela, envolvendo-a com um braço firme.
Ela arqueou-se sob o toque, um arrepio percorrendo a espinha.
— Me diz,