As semanas seguintes em Paris se transformaram numa dança suave entre rotina e encantamento. Ema acordava cedo, preparava o café da manhã com Alexandre, e os dois caminhavam até a escola com Gabriel, que seguia feliz e curioso com seu francês ainda atrapalhado, mas sempre sorridente. Sofia, agora mais próxima, passava parte do dia com eles quando não estava envolvida com os projetos de comunicação que coordenava na ONG.
Ema aproveitava as manhãs para pintar. O ateliê em casa se tornara um refúgio, mas também uma usina criativa poderosa. Inspirada pelas ruas, pelas pessoas, pelos detalhes sutis de Paris, seus quadros estavam mais vivos do que nunca. Seu estilo, que sempre misturou o figurativo com elementos abstratos carregados de emoção, agora adquiria novas camadas — camadas de renascimento, de redescoberta.
Por volta das três da tarde, ela seguia até a escola social de arte, onde dava aulas esporádicas, sempre com a sensibilidade que a tornara tão querida entre os jovens artistas. A