Capítulo 7
A governanta balançou a cabeça:

— A senhorita não voltou. Nem deu sinal de vida.

Axel franziu o cenho:

— Já faz mais de uma semana. Amanhã é o Festival da Lua Cheia... Como é possível que ela ainda não tenha voltado?

A governanta, que trabalhava havia anos para a família e sempre tivera um carinho especial por Ember, respondeu friamente:

— Não saberia dizer.

Axel quis perguntar mais alguma coisa.

Willow revirou os olhos, impaciente, e se agarrou ao braço dele, resmungando:

— Ela vai voltar uma hora dessas.

— Irmão, esquece isso.

— Vem ver o livro de histórias novo que comprei. Você pode ler para mim hoje à noite.

De repente, Axel se sentiu irritado.

Lembrou-se de como Willow havia falado o nome de Ember com desprezo no Caribe.

Agora, ela claramente não se importava com o fato de Ember estar desaparecida há dias.

Quanto de sinceridade existia naquele uso constante da palavra “irmã”?

A governanta voltou para a cozinha, murmurando:

— Já que o patrão não se importa mais com a senhorita, para que ficar perguntando?

Aquelas palavras atravessaram o coração de Axel como um espinho invisível.

Willow resmungou, emburrada:

— Ela já é adulta, não vai se perder por aí.

Uma raiva súbita tomou conta dele.

Axel afastou violentamente a mão que o segurava.

Com o rosto fechado, subiu as escadas sem dizer mais nada.

Atrás dele, Willow choramingou de forma exagerada:

— Irmão, eu falei alguma coisa errada?! Você não vai mais ler meu livro de histórias?!

Axel não olhou para trás. Respondeu com frieza:

— Você está na sexta série. Não sabe ler sozinha?

O choro magoado de Willow começou na mesma hora.

No passado, Axel certamente teria voltado para consolá-la.

Sempre que ela chorava, ele atendia a qualquer pedido.

Sempre acreditou que, se não fosse bom para Willow, estaria falhando com os pais... E com o guerreiro que tentou salvá-los.

Mas já se haviam passado quatro anos. Quatro longos anos.

Quatro anos mimando Willow em tudo, cuidando dela com extremo zelo, convencido de que assim honrava a memória do guerreiro que pereceu nas chamas tentando salvar seus pais.

Mas.... e Ember?

E a própria irmã de verdade?

Axel subiu até o quarto de Ember.

Parou em frente à porta, hesitante.

Empurrou-a lentamente. O cômodo estava completamente vazio.

Entrou e olhou ao redor, só então percebendo quantas coisas ela havia levado.

Um desconforto súbito se espalhou por dentro dele.

Como vinhas finas e invisíveis subindo pelo pescoço, apertando a garganta, sufocando devagar.

Sentou-se no sofá e pegou o celular. Abriu as mensagens, rolou para cima e para baixo.

Nada.

Nenhuma ligação perdida, nenhuma mensagem de Ember.

Nenhuma atualização nas redes sociais.

Nada.

Por que ela ainda não tinha voltado para casa?

Ele rolou a lista de contatos repetidamente, até que finalmente cedeu e ligou para o Professor Zhang, o orientador acadêmico de Ember.

A chamada foi atendida rapidamente, e a voz firme do professor de meia-idade soou do outro lado da linha.

Axel enrolou-se, deu voltas no assunto por um tempo.

Até que, com certa hesitação, perguntou, sem jeito:

— A Ember.... ela tem te dado algum problema esses dias?

A voz do Professor Zhang demonstrou confusão:

— Ember? Como ela poderia me dar algum problema agora?

Por algum motivo, as têmporas de Axel começaram a pulsar intensamente.

— Ela não está com você numa viagem de trabalho? Ela... Ainda não voltou, né?

Houve um longo silêncio.

Quando a voz do professor voltou, vinha carregada de uma tristeza impossível de disfarçar:

— Axel... Que tipo de brincadeira é essa?

— Sim, fui eu quem acompanhou Ember até lá... Mas como ela poderia ter voltado comigo?
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