Me casei com a família Monteiro para salvar uma família rica à beira da ruína. Mas meu marido, Eduardo Monteiro, o herdeiro da casa, se divertia com outras mulheres. A mãe dele tentou apagar cada esforço meu, sem deixar nada para trás. Com inteligência, reescrevi meu destino. Quando Eduardo se ajoelhou, implorando: — Não me deixa. Eu o deixei ali, sem olhar para trás, segurei a mão do jovem escritor: — Você? Não é nada.
Leer másVivia tranquila em Londária.Estava sentada, preguiçosa, tomando sol em frente ao bar, quando uma sombra se projetou sobre mim.Era um colega que tinha vindo de Cidade Altavira.O escândalo do meu divórcio com Eduardo tinha sido grande o bastante pra que praticamente todos da empresa descobrissem onde minha família morava.Olhei pra rua e vi mais figuras se aproximando, sob a grande árvore.Fixei o olhar. Eram todos meus antigos colegas do departamento comercial.Foi por eles que fiquei sabendo: o Grupo Monteiro, sem liderança, acabara nas mãos de Luísa Moreira.Os parceiros de negócios, indignados, começaram a se afastar.Especialmente aquele consórcio que eu tinha conquistado antes de sair, tomando seis copos de vodca numa rodada decisiva.Com Luísa no comando, perderam tudo.Agora, buscavam novos rumos. E vinham me pedir ajuda.Eu sabia que o conflito entre mim e Eduardo tinha, de algum modo, afetado o futuro deles.Com esse peso no peito, voltei para Cidade Altavira.No segundo dia
Logo após o julgamento, Eduardo me interceptou.Com um olhar sincero, quase implorando, disse:— Pelos velhos tempos, por eu ter salvado sua vida, me dá uma chance de recomeçar.Luísa apareceu ao lado dele, logo emendando:— Selene, se não fosse o Eduardo encontrar as provas da mãe dele transferindo bens, a segunda audiência nem teria sido marcada. E você não teria recebido nada.— Eduardo não consegue viver sem você, perdoa a gente, vai. Eu realmente não consigo deixar o Eduardo pra trás. Se for preciso, a gente divide ele. Podemos ser as duas esposas dele, juntas.Olhei para Eduardo. Ele não disse nada.Silêncio já era um "sim".Fiz um gesto sutil, conduzindo os dois para uma área mais escura do fórum.Eles vieram animados, achando que tinham me convencido.Me seguiram sem hesitar.Quando chegamos a um canto deserto, olhei ao redor.Ninguém por perto.Ergui a pasta e, com um estalo seco, acertei o rosto de Luísa.O som ecoou. Um vermelho vivo surgiu na bochecha dela.Ela ficou parali
Na cafeteria tranquila, sentei frente a frente com Eduardo. Entre nós, um abismo invisível.O garçom trouxe as bebidas e o pão.Só então ele quebrou o silêncio:— Se a Luísa for o motivo pelo qual você quer me deixar, eu posso mandar ela embora.Tirou a carteira do bolso. Lá dentro, uma foto dele com Luísa.Ela parecia uma estudante. O ventre levemente inchado.A voz dele saiu rouca, quebrada:— Eu era jovem e inconsequente. A Luísa tinha acabado de entrar na faculdade... e já estava grávida.— Eu queria me casar com ela. Mas naquela época, a família Monteiro estava em decadência. Minha mãe não permitiu. Queria me unir a outra casa, ser genro de conveniência, sem dignidade.Abaixou a cabeça:— Foi ela quem obrigou Luísa a fazer o aborto. Depois mandou ela estudar fora.Ficou um tempo em silêncio.— Eu falhei com ela. Quando voltou, só pensei em compensar ela. Mas acabei ferindo você.Pegou o celular e abriu as imagens da câmera de segurança da casa.— Quando você estava no hospital, a
Eduardo recebeu a intimação judicial.Logo depois, me mandou uma mensagem, acusando:— O que você tá aprontando agora?Não respondi.Dias depois, começou a me importunar sem parar, quase em desespero, exigindo que eu continuasse cuidando dos projetos da empresa.Respondi apenas:— Eu pedi demissão.Bloqueei todos os contatos dele.Uma colega próxima me ligou, chorando:— Selene, volta, por favor. O Sr. Eduardo tá maluco tentando te achar. Disse que, se ninguém conseguir localizar você, vai descontar o salário de todo mundo este mês.Revirei os olhos.— Então venham vocês pra cá.Olhei ao redor da pousada da minha família. — Aqui tem comida, cama e eu mesma pago os salários.Depois de sete anos na família Monteiro, também construí minha própria rede de contatos e capital.Permitir que meus conflitos com Eduardo afetassem os funcionários era culpa minha. E eu tinha a obrigação de proteger eles.Minha colega ficou em silêncio.Desligou sem dizer mais nada.Quinze dias depois, Eduardo fina
Cheguei correndo à sala de reuniões da empresa. Além de Eduardo e Luísa, os demais colegas já estavam sentados em silêncio.Assim que entrei, os colegas me lançaram olhares cheios de ressentimento.Sorrindo constrangida, abri o dossiê à minha frente. Só então percebi que era o projeto que Luísa havia tomado de mim à força.Eduardo me olhou com raiva e disparou:— Você tem ideia do prejuízo? Por causa do seu erro, a empresa pagou dez vezes mais de comissão!Luísa logo reforçou, com o ar de quem se diverte colocando lenha na fogueira:— Pois é. Quem não tem competência que não se meta. Acabou colocando todo mundo no fogo cruzado por sua causa.Falei com calma:— Sinto muito pelo transtorno. Mas esse projeto não estava sob a minha responsabilidade.Eduardo apontou o nome na capa do contrato:— A assinatura aqui é sua.Virei até a última página do documento:— Segundo as regras da empresa, o responsável final é quem assina na última página.Projetei a assinatura na tela do computador.Ali,
A porta do elevador do 99º andar se abriu. Apoiada na bengala, caminhei devagar até a escada de emergência.O ferimento no meu pé ainda não tinha cicatrizado. E o salto alto já tinha feito o sangue voltar.Recebi uma notificação no celular: Eduardo e sua acompanhante deviam comparecer a um evento da associação comercial, no térreo.Quando me preparei para levantar e avisar, Eduardo apareceu diante de mim, ajoelhou e segurou meu tornozelo:— Da próxima vez, coloca um tênis. Fica mais fácil.Pegou um par de tênis que estava ao lado e calçou em mim:— A partir de agora, não precisa mais me acompanhar nesses eventos.Nesse instante, Luísa abriu a porta do escritório.Estava produzida, com um vestido de gala.Parou ao lado de Eduardo.Ele se levantou e, segurando delicadamente a mão dela, completou:— Você não tem muita presença de palco. Melhor deixar a Luísa representar.Não reagi. Só soltei um breve:— Ok.Eduardo franziu levemente a testa:— Não vai perguntar por quê?Cerrei os dentes:
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