O relógio marcava 04h02.
Beatriz empurrou a porta da suíte final com a sola do salto, sem nem olhar pra trás. A jaqueta caiu do ombro, e ela não fez questão de recolocar. Estava leve. Vitoriosa. E perigosamente excitada.
O quarto estava decorado com velas, flores, lençóis novos… Mas tudo o que ela via era ele.
Caio encostou a porta atrás de si. Tirou o paletó devagar, como quem sabia que estava prestes a entrar numa guerra — daquelas que se luta com os dentes, os dedos e os gemidos contidos.
— “Você disse que ia embora.” — ele murmurou, encostando na porta.
Beatriz girou nos calcanhares, o vestido colado realçando cada curva, vermelho como provocação e vitória ao mesmo tempo.
— “Eu disse muita coisa, Ferraz.” — respondeu, com aquele sorriso torto que ele aprendera a temer… e desejar.
— “Vai mentir agora também?”
— “Só se você souber fazer valer a pena.”
Ela caminhou devagar até ele, como uma tempestade anunciada. O salto batia no chão de madeira como um metronômo de tensão. Um raio de