O caos começou com uma contração. Não, mentira. Começou com um grito.
— “CAIOOOOOOO, ACORDA! MINHA BOLSA ESTOUROU!”
Caio levantou da cama como quem leva um choque de 220V na alma.
— “QUE? COMO ASSIM? JÁ? MAS TÁ COM… quantas semanas mesmo?”
— “NÃO SEI, NÃO FAZ A CONTA AGORA, PELO AMOR DE DEUS!”
Ele tropeçou na mala que não tinha terminado de arrumar.
— “Cadê a mala da maternidade?”
— “Aquela… que eu devia ter feito ontem?”
Beatriz respirou fundo. E por respirar fundo, entenda: berrou.
— “VOCÊ TINHA UMA TAREFA, CAIO! UMA!”
— “Tá, relaxa. A gente dá um jeito. Pega o vibrador, o carregador do celular e a calcinha da sorte.”
— “EU TÔ PARINDO, CAIO! NÃO É UM FINAL DE SEMANA NO AIRBNB!”
Ele rodava pelo quarto igual uma barata tonta:
— “Documento… onde tá o documento… Ah, merda! O passaporte não serve, né?”
Beatriz segurou na porta do banheiro, respirando, rangendo os dentes.
— “Se você não me colocar dentro desse carro AGORA, eu juro… eu te faço desejar nunca ter me engravidado!”
— “Você já