O silêncio que se seguiu foi sufocante. Eles se encararam por longos segundos, como dois náufragos em alto-mar, presos na mesma corrente, incapazes de se soltar.
Olívia queria gritar, chorar, fugir. Mas o corpo dela não se mexia. Estava ancorada ali, nos olhos dele, na confissão que nunca deveria ter acontecido.
Olívia encarou Ian por mais um instante, sentindo o peso do convite ainda entre os dedos, mas não suportava continuar naquela sala. A garganta ardia, a mente latejava e o coração se recusava a encontrar um ritmo.
Finalmente, ela respirou fundo, tentando recuperar algum controle.
— Eu preciso... pensar. — murmurou, quase sem voz.
Virou-se de costas, apertando o convite contra o peito, como se aquele pedaço de papel fosse ao mesmo tempo uma âncora e uma sentença.
O quarto ainda cheirava a vinho e papel novo quando Olívia largou o convite em cima da cama, como se fosse uma pedra incandescente. O simples toque havia queimado seus dedos e revirado suas entranhas.
Ela não encarou Ia