O silêncio que se seguiu à partida dos homens era mais ensurdecedor que qualquer grito. A música havia parado. As luzes das lanternas agora pareciam fracas, inadequadas, iluminando um cenário de pesadelo. Olívia, com um braço firme em volta de Carla, guiou-a juntamente com Valentina — que cambaleava como um fantasma — para dentro da mansão, para o escritório de Ian, longe dos olhares dos poucos funcionários que começavam, confusos, a desmontar a festa.
Valentina desabou em uma poltrona de couro, seu corpo elegante reduzido a um tremor contínuo. Ela encarava as mãos vazias, como se ainda pudesse sentir o peso da mãozinha de Luna dentro da sua. Carla ficou em pé, apoiada na mesa de canto, os braços cruzados, tentando processar o furacão de emoções.
A revelação de Matheus ainda queimava em sua mente, uma ferida fresca e confusa. Ex-mulher. Filha. Duas realidades massivas que ele guardara dela. A raiva era uma coisa, um fogo justo e compreensível. Mas por baixo dela, uma dor mais profunda