Os dias que se seguiram foram de uma quietude peculiar — não o silêncio gélido do ressentimento, mas um hiato tenso que parecia construir pontes entre eles. Pontes frágeis, de madeira verde, que rangiam a cada passo, mas que existiam.
Ian e Olívia moviam-se em órbitas cuidadosas, como dois corpos celestes redescobertos após um eclipse. Nada era fácil ou imediato. Ian deixava uma caneca de café quente na mesa da cozinha quando ela descia de manhã. Olívia escrevia bilhetes curtos sobre os horários de Léo e os deixava sobre a escrivaninha dele. Às vezes, seus olhares se cruzavam no corredor e um sorriso tímido — quase adolescente em sua hesitação — nascia. Outras vezes, apenas se observavam, tentando decifrar os vestígios do que ainda poderia existir entre as ruínas.
E Léo... Léo era o arquiteto inconsciente dessa reconstrução. Seu riso ecoava pelos corredores da mansão como um antídoto contra a sombra dos Moretti. Ele corria, pequeno e determinado, sempre puxando a mão de um para mostra