O silêncio que se instalou na sala era tão espesso que parecia sufocar até mesmo o som da chuva que agora castigava as janelas da mansão. Quando o trovão rugiu, ecoando através dos salões vazios, soou como o lamento de uma besta ferida: um presságio apropriado para a cena que se desenrolava.
Benjamin avançou. Um passo. Depois outro. Seus olhos estavam injetados de sangue, vermelhos como brasas, mas seu rosto permanecia uma máscara de granito, aquela calma mortal que precede a explosão mais violenta.
— Repita — sua voz saiu baixa, quase um sussurro, mas cada palavra carregava o peso de uma ameaça mortal. — Diga novamente o que você ousou declarar nesta sala, Clara.
Clara recuou, suas costas encontrando a parede fria de mármore. Seus olhos, arregalados com pânico, buscaram desesperadamente os de Alexander, mas o homem permaneceu imóvel, os braços cruzados, um espectador impassível de sua própria criação desmoronando.
— Benjamin, por favor... — sua voz engasgou, as palavras saindo entrec