Cap 16. Se esse marido fosse eu
Acabou que eu fui levada direto para o quarto onde Miguel me esperava. Não houve nem chance de escapar ou adiar. Eu era dele naquela noite. Comprada.
Na verdade, desde o acordo feito entre Miguel e Alejandro, eu venho tentando entender qual é o real jogo em que estou metida. Miguel disse que me chamaria naquela noite, mas não chamou. Fiquei com medo, confesso. Achei que aquele trato não serviria de nada, que Alejandro me buscaria mesmo assim, quebrando qualquer regra que Miguel tivesse imposto. Mas… ele não me chamou.
Mesmo assim, ele me olha. E quando nossos olhos se cruzam, como agora, no salão... é como se o tempo parasse. O olhar dele continua carregado de malícia, de promessas silenciosas que me dão arrepios. Ele me encara como se pudesse me despir com os olhos. Como se cada movimento meu fosse uma dança feita só pra ele.
Me sinto como uma presa sendo caçada. Como um veado solitário no meio da savana, observado por uma hiena traiçoeira. Uma hiena que não precisa correr atrás — ap