Angelina Garcia
Mal cheguei em casa e, ao atravessar a porta, senti minhas pernas tremendo como se não pertencessem mais a mim, o peito ofegante e o coração pulsando num ritmo frenético. A sensação de choque e desorientação se misturava à dor física e emocional, sequer sabia como conseguir falar.
Levei a mão à boca inchada, num gesto quase automático, enquanto uma ardente queimação incendiava cada fibra do meu ser. O ambiente dentro daquele carro, com cheiro de medo e de desejo proibido, ainda reverberava em minha mente, trazendo consigo um misto de excitação e medo.
Mesmo com a bagunça que dominava a casa, senti uma necessidade incontrolável de me refugiar no meu quarto. Ao me deitar na cama, cada centímetro do meu corpo parecia reviver intensamente cada instante daquele acontecimento.
Era como se o tempo se condensasse em uma única sensação avassaladora, onde o desejo e a insanidade se misturavam.
Quando o celular tocou sobre a cama, a vibração quase parecia sussurrar lembranças. Se