Angelina Ribeiro
- Eles não têm outro pai! - Saulo gritou, a voz ecoando pelo cômodo. - Eu sou o único pai deles!
Neguei de imediato, o peito queimando, jamais apagaria todo o feito de Diogo na vida deles.Ignorar, apagar seria impossivel, Atlas até poderia amenizar, mas talvez Adson nem pudesse aceitar a um novo pai, ele é louco por Diogo.
- Não ouse... - as lágrimas já escorriam, molhando o seu rosto de um jeito que nem eu imaginava ser possível. - Como você pôde? - a pergunta saiu sufocada, carregada de dor.
Ele se aproximou, os olhos vermelhos de raiva e mágoa.
- Meus filhos... - a voz dele falhou, mas voltou mais forte. - Os nossos filhos... chamando outro de pai!
Apertei os lábios, tentando conter a raiva.
- A gente não ensinou isso, Saulo... simplesmente aconteceu. Eles viam as outras crianças chamando, viam famílias inteiras. O Diogo... ele sempre esteve aqui. Presente. Mais presente até do que muitos outros pais. Eu sabia da perda dele, sabia do vazio... e de alguma forma... -