Angelina Ribeiro
Saulo parecia assustado. Adson ainda estava vermelho, marcado, como se quisesse voltar à escola só para terminar o que havia começado com o colega. Meu coração disparou. Olhei para ele como quem olha um perigo prestes a explodir. Adson sempre foi mais de reagir do que Atlas. Desde pequeno, eu tinha que dobrar a atenção com ele. Qualquer deslize terminaria em tapa, mordida ou birra e agora, mesmo praticando atividade de luta, e ele ainda burlava as regras.
- Ele tem razão - falou Saulo, me fazendo estreitar os olhos para ele, sem conseguir esconder a frustração por sua aprovação. - Se jogaram a bola nele três vezes, até quando ele ia levar boladas?
Saulo deu de ombros, impassível. Suspirei. Talvez ele não entendesse que Adson não estava procurando sua aprovação, apenas justificando sua raiva.
- Não é? - Adson falou, como um adolescente defendendo seus direitos, me encarando com os olhos azuis firmes. - E ele ainda chamou o Atlas de "frutinha" e empurrou. Não sei o que