Dá um livro, ou dois.
Angelina Da Costa
Minhas pernas ainda tremiam quando Saulo ligou o carro. Rafael, no banco de trás, estava vidrado no celular. Eu queria perguntar a ele sobre Débora, ele se mostrava preocupado ao menos na frente dela, mas me contive. Contra minha vontade, Saulo deixou Rafa a uma quadra do prédio e seguiu comigo até em casa, mesmo que eu dissesse que não precisava.
Fui direto ao quarto de Ana Júlia. Ela dormia enrolada dos pés à cabeça.
- Júlia, filha, cheguei. Está tudo bem? - perguntei.
Ela se remexeu, irritada
- Como é que eu vou dormir nesse inferno? Essa criatura chorou a noite toda!
Engoli seco. Acariciei suas pernas, tentando acalmá-la.
- Amor, tenha paciência. É seu irmão, ele é só um bebê. Logo vai passar. Vou procurar uma casa pra gente.
Ela descobriu o rosto, me olhando séria. - Pra onde? Vamos sair daqui?
Assenti devagar.
- Depois a gente conversa. Não vai pra aula?
- Nem louca. Vou dormir. - Cobriu-se de novo.
Não insisti. Segui até o quarto de Raul Júnior, ignorando a