Angelina Da Costa
Não ia ser fácil, e sequer sabia quando cheguei a essa conclusão. Era por medo, por defesa, e não só por mim. Até a Laura, naquela inocência toda, podia sofrer danos. Eu sabia que não tinha como ir contra Otávio Prado, mas também não queria ser amassada por ele.
- Vão se ferrar! - Saulo disse, dando as costas para nós duas.
Francesca parou no meio da recepção. Ela tinha chegado cedo; havíamos compartilhado o mesmo elevador. Ela me perguntou como eu tinha passado a noite, "preocupada", como se eu tivesse memória falha sobre quem ela realmente era.
- Doutor, agradeço muito. Aqui... aqui está a chave do seu carro. Muito obrigada - disse, indo atrás dele, que parou no meio do corredor ao me ouvir.
- Nem sonhe em usar o carro do seu ex! Nem...- Coloquei a chave no bolso do paletó. Saulo ainda me olhava, um misto de incredulidade e raiva.
- Você não é louca - ele disse, fitando-me nos olhos.
Eu tive que ignorar. Ele realmente achava que era fácil fazer aquilo?
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