Aquela manhã começou com um silêncio pesado, aquele tipo que grita em seus ouvidos e corrói o peito.
Anna havia ido embora na noite anterior, deixando um vazio que eu não sabia como preencher.
O apartamento parecia frio, estranho, como se tivesse perdido sua alma.
Eu sabia que a decisão de pedir um tempo foi necessária, pelo menos na minha cabeça.
Mas no fundo, eu sentia que estava deixando a única pessoa que realmente importava escapar pelas minhas mãos.
Cada vez que fechava os olhos, via o rosto dela, a forma como seus olhos brilhavam ao me olhar, o jeito que seu sorriso me fazia acreditar em algo melhor.
— Gabriel, você está bem? — Helena perguntou enquanto entrava na minha sala.
— Não. — Respondi, sem rodeios. — Nunca estive tão longe de estar bem.
Aquele homem era uma sombra constante, uma voz na minha cabeça dizendo que eu devia seguir o plano, que era para o bem da empresa, da família, da tradição.
— Você precisa entender que isso não é só sobre você.
— Mas também não é só so