O tempo parecia se arrastar dentro daquele abrigo improvisado. Salvatore mantinha os olhos fixos na entrada, cada som do lado de fora fazendo seus sentidos se aguçarem. Mesmo ferido, não baixava a guarda. Sabia que o inimigo podia aparecer a qualquer momento, e até a equipe de resgate chegar, ele era a única proteção entre Pietro e o fim.
— Capitão... — a voz de Pietro estava fraca. — Obrigado... por não me deixar.
— Não me agradeça agora. Só vou aceitar se você sair vivo dessa comigo — respondeu Salvatore, com um meio sorriso que não alcançava os olhos.
Pietro tentou rir, mas tossiu sangue. Salvatore imediatamente se aproximou, pegando um pano limpo para limpar o rosto do soldado.
— Aguenta mais um pouco. Eles estão vindo. Você vai ver.
Lá fora, o vento levantava a poeira do deserto, e o calor se tornava cada vez mais insuportável. Salvatore sabia que não podiam ficar ali por muitas horas. A estrutura era frágil, a água escassa, e o ferimento de Pietro precisava de cuidados