Salvatore parou diante da porta da ala médica improvisada, respirou fundo e entrou. O cheiro de antisséptico misturado ao suor e à poeira impregnava o ambiente. Ao fundo, ouviam-se os sons baixos de monitores cardíacos e vozes abafadas.
Um dos médicos o guiou até uma das macas, onde um de seus homens, o soldado Leone, estava acordado. Estava enfaixado, com cortes no rosto e um dos braços imobilizado, mas os olhos abertos e atentos mostravam que sua mente ainda lutava com a confusão do que tinham vivido.
— Capitão… — a voz de Leone saiu arranhada, um pouco rouca.
Salvatore se aproximou, sentando-se devagar ao lado da maca. Por um segundo, ficou em silêncio, observando o jovem diante dele. Aquilo mexia com ele de um jeito que não sabia explicar. Sentia-se responsável. Sentia-se culpado.
— Leone — murmurou, por fim. — Você se lembra do que aconteceu?
Leone engoliu em seco, os olhos se fixando no teto antes de voltar a encarar seu comandante.
— Nós… fomos atingidos. Vieram de todos