A noite caía silenciosa sobre a casa dos Fiore. Do lado de fora, o jardim estava quieto, e a luz amarelada da luminária de cabeceira mal iluminava o quarto onde Olivia permanecia sentada na beirada da cama. Ela estava com uma manta nos ombros, o cabelo ainda solto e úmido após o banho, os pensamentos agitados.
O celular repousava sobre suas pernas, bloqueado. Por várias vezes, ela já havia aberto a tela, encarado o número salvo como “Salvatore” e hesitado.
Mas agora, o que restava era a necessidade. De ouvi-lo. De saber se ele estava bem. De sentir que tudo aquilo não tinha sido apenas um caos passageiro, sem significado.
Com um suspiro profundo, Olivia tocou na tela e iniciou a chamada.
O som da linha chamando fez seu coração acelerar. Ela apertou os olhos por um instante, prendendo a respiração.
Do outro lado, a voz firme — mas um pouco rouca — de Salvatore atendeu.
— Olivia?
Ela sorriu, mesmo sem perceber.
— É… sou eu. — disse baixinho, como se temesse quebrar o momento. —