Uma semana passou-se. E cada dia parecia um teste de resistência para Isadora.
No trabalho, Rafael fazia de tudo para afastá-la. Pedia que refizesse documentos impecáveis, questionava decisões simples, fazia provocações veladas. Às vezes, nem sequer a olhava nos olhos. Mas ela resistia. Engolia a raiva e mantinha a cabeça erguida.
Do outro lado da mesa, Rafael se corroía.
Rafael olhava para a tela do computador, mas era o rosto dela que via. Como ela desviava os olhos ao ser humilhada, como se estivesse se defendendo do mundo inteiro com o pouco de dignidade que ainda lhe restava. Ele sabia que estava passando dos limites. Mas tinha medo. Medo de que ceder fosse o mesmo que cair — de novo.
— Preciso afastá-la... não posso deixar esse desejo crescer. — pensava, toda a vez que os seus olhos a encontravam.
Mas falhava. A cada dia, ficava mais difícil ignorar. O cheiro suave do perfume dela, o som delicado da voz, o brilho nos olhos — tudo o fazia lembrar daquela noite. Do toque. Do calor