(Lívia)
O briefing da Torre tinha terminado no fim da tarde, mas eu ainda sentia a tensão grudada nos ombros. Dante era um homem que não deixava margem para erro, e ver a Ceci naquela sala me deixou orgulhosa e preocupada ao mesmo tempo.
Quando saí do prédio, minha cabeça estava acelerada. Não queria ir direto para casa. Precisava desligar. Uma colega me chamou para um bar no centro, e aceitei. O lugar tinha música alta, luz baixa, mesas lotadas de gente que queria esquecer o expediente. Pedi um gin logo na chegada.
Desci pra pista, o DJ trocou o set, o grave subiu, o lugar inteiro tomou fôlego junto. Deixei a luz deslizar no meu rosto, deixei o corpo seguir a batida. Ombros, cintura, quadris calibrados no ritmo. Um cara tentou se aproximar, eu neguei com o olhar. Outro encostou demais, virei de costas sem culpa. Eu não queria companhia. Eu queria a sensação de não dever nada a ninguém. Às onze da noite, eu já tinha perdido a noção de quantos copos. Estava rindo alto, cabelo solto, bl