(Ceci)
Cheguei à Torre Arcturus às 8h20. Usei o crachá provisório, conferi meu nome na recepção e segui para o elevador do 39º andar. Sarah havia sido objetiva no dia anterior: “Você vai para ouvir, anotar e aprender. Só isso.”
O andar executivo é silencioso. Piso em mármore cinza, paredes claras, circulação limpa. As pessoas passam com foco. Nada de conversa desnecessária.
Sarah me aguardava na antessala, com o tablet na mão.
— Pontual — disse. — Traga seu caderno. Você fica atrás de mim.
Entramos. Sala grande, mesa de madeira escura para vinte pessoas, parede de vidro com vista para a cidade. Diretores já sentados, materiais organizados. Sentei atrás de Sarah, à esquerda da cabeceira.
Às 8h30, Dante entrou. Terno preto, gravata estreita. Sentou-se à cabeceira, colocou o celular na mesa e falou:
— Vamos começar.
O diretor de Operações projetou o primeiro slide. A pauta estava na ordem: contratos externos, câmbio, logística, auditorias, comunicação executiva, jurídico. Sem rodeios. Eu